A Teoria dos Átomos: Evolução
- Laura Lopes
- 23 de mai.
- 3 min de leitura
Quando olhamos ao redor, para nosso celular, a mesa, e até mesmo o ar que respiramos, é fácil esquecer que tudo é feito de minúsculos blocos de construção invisíveis chamados átomos. Mas essa ideia tem uma longa e fascinante história:
O Nascimento do Átomo – 470 a.C.
Tudo começou na Grécia Antiga. Por volta de 470 a.C., um filósofo chamado Demócrito propôs uma ideia radical: se você cortasse uma substância em pedaços cada vez menores, acabaria chegando ao menor pedaço possível — um que não pudesse ser cortado mais. Ele chamou isso de átomo, da palavra grega atomos, que significa "não cortado" ou "indivisível".
Mas nem todos estavam convencidos. De fato, Aristóteles, um dos pensadores mais influentes da época, rejeitou completamente o conceito de átomo. Como as visões de Aristóteles dominaram o pensamento científico por séculos, a ideia atômica caiu na obscuridade — por quase 2.000 anos.
O Renascimento — 1803
Avançando para o século XIX. Em 1803, o cientista britânico John Dalton trouxe a ideia do átomo de volta à vida. Ele propôs que toda a matéria é composta de partículas minúsculas e indivisíveis chamadas átomos, cada elemento composto por sua própria espécie única. A teoria de Dalton formou a base da química moderna e reintroduziu o mundo ao poder do pensamento atômico.
Descobrindo a Estrutura do Átomo — Início dos Anos 1900
Enquanto Dalton descreveu os átomos como bolas sólidas e indivisíveis, cientistas posteriores provariam que os átomos são muito mais complexos.
No início do século XX, o físico Ernest Rutherford conduziu o famoso Experimento da Folha de Ouro, no qual disparou partículas contra uma fina folha de ouro. A maioria atravessou, mas algumas ricochetearam. Isso levou Rutherford a uma conclusão inovadora: os átomos são, em sua maioria, espaço vazio, com um núcleo minúsculo, denso e carregado positivamente no centro (contendo prótons), cercado por elétrons carregados negativamente. Um fato curioso é que o sinal das cargas foi atribuído aleatoriamente, e até hoje não podemos dizer com certeza que elétrons são "negativos" e prótons são "positivos".
O Modelo de Bohr – 1913
Em 1913, Niels Bohr, um dos alunos de Rutherford, expandiu o modelo de seu mentor, sugerindo que os elétrons não flutuam aleatoriamente ao redor do núcleo. Em vez disso, eles orbitam em níveis de energia fixos — um pouco como planetas ao redor do Sol. Isso ficou conhecido como o Modelo de Bohr do átomo e ajudou a explicar como os átomos emitem e absorvem luz.
O Modelo Atômico Moderno
O modelo atômico atual é ainda mais refinado. Embora ainda falemos sobre níveis de energia, não pensamos mais nos elétrons seguindo órbitas ordenadas. Em vez disso, a ciência moderna usa um modelo quântico que descreve a probabilidade de encontrar um elétron em uma determinada área ao redor do núcleo, mais como uma nuvem do que um caminho definido.
Da Filosofia à Física
O átomo percorreu um longo caminho, de um experimento mental de um curioso filósofo grego a um dos conceitos mais estudados e essenciais de toda a ciência. Graças a séculos de exploração e experimentação, agora entendemos os átomos não apenas como os blocos de construção da matéria, mas como a chave para desvendar os segredos do próprio universo.
Referências
ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2019.
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